sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Allunde, música soturna.

Camadas sobrepostas, sinais, objetos colidindo, sendo retorcidos, raspados ou rasgados. Enquanto batidas reverberam e surfam dentro de todo o disco. Prosseguindo, um espiral sonoro entrecortado, a sensação de neurose fóbica em um lugar que não para, é atemporal e vai nos tornando arrítmicos. Allunde, novo disco de Gustavo Paim é uma aparente obsessão pelo avesso e pelo inimaginável. É colagem sonora remetendo aos lugares esquecidos ou pouco frequentados, narrativas negras. É mais um exemplo da singularidade da obra de Paim em criar ambientes auditivos originais dentro do que é chamado “noise” brasileiro. Destaque à última faixa, um tipo de síntese do disco inteiro, onde o músico despolariza alguns gêneros da música eletrônica contemporânea misturando-os. 

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