segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Espaço free e bandas no interior de São Paulo

Dia 14 de janeiro de 2012, um dia atípico na quente cidade de Presidente Prudente, interior de São Paulo. O céu ameaçava desabar, mas nem isso desanimou as dezenas de pessoas que compareceram e prestigiaram as sete bandas programadas  para transformar a República Os Bárbaros num celeiro de ruídos, riffs simples e distorcidos, batidas aceleradas e gritos de protesto punk-hardcore.
Às 14 horas, mais ou menos, ocorreu uma discussão pré-programada a fim de trazer à tona os direitos das mulheres, as lutas sociais no interior, questões pertinentes sobre o meio ambiente e a realidade de bandas que se negaram a fazer parte do esquemão capitalista do Rock and Roll em que a hierarquia artista público explicita a enorme contradição da música questionadora e de combate. Ainda, tentou-se mostrar o que é viável para manter uma estrutura em que as bandas não sejam exploradas por mercenários da música. A discussão foi frutífera e era apenas um aquecimento para o que viria algumas horas depois.
A ameaça de chuva se concretizou, o céu desabou e o espaço para a realização do evento ficou pequeno. A primeira banda estava preparada e o barulho teve início por volta das 18 horas.
Não pude acompanhar todas as bandas, pois estava ajudando os organizadores, assim o que se segue são olhares gerais do que consegui captar e desta maneira vou lançar um olhar mais generalizado das bandas que não citar os nomes. Pois assisti apenas três apresentações, sendo elas: Subcut, No Future e Gato Cruel.
 Todas as bandas tem um grande desempenho e buscam dar vida ao punk e hardcore, mesmo que algumas bandas que tocaram não fazer necessariamente este tipo de som, é um fator comum que todas elas, nas suas variadas maneiras, tentam selar sua originalidade Ouvi um cover muito bom da banda Rage against The Machine, ouvi palhetadas em guitarras que fazem você mexer seu corpo e gritos, de garotos bem jovens ainda, levando você diretamente ao inferno punk.
Um exemplo de que o punk não morreu, talvez sejam a garotada do No Future, banda que faz um punk no melhor estilo oitentista. Batidas secas e monolíticas, vocal rasgado mais bastante compreensível como o punk deve ser. Torçamos para que a banda siga em frente mantendo a qualidade do seu som e sirva de inspiração para as bandas que porventura surjam na cidade.
A segunda banda que assisti foi o Subcut. Banda de décadas da cidade que já passeou do punk/crust ao que estão fazendo hoje; um dos melhores grindcore do Brasil. Afonso, o baterista, é um maestro do caos, juntando com os gritos do novo vocalista Gustavo, transformam seus tímpanos numa frigideira prestes a espirrar miolos para todos os lados. A banda já passou por bastante troca de membros, mas mesmo assim mantém o barulho e cumpre o que propõe: demolir qualquer resquício de razão. Subcut é uma orquestra de quatro pessoas (um dos membros, Souza, não pode comparecer) onde nos levam juntos aos caminhos ruidosos que nasceram do gênero punk. No fim saímos satisfeitos e com as orelhas estupradas.
A terceira banda que vi foi Gato Cruel, uma banda que destoa de todas as bandas que tocaram, pois fazem um Blues mesclado com um Rock em seus primórdios. Mesmo a banda sendo recente, os garotos fizeram o público se mexer, em algum momento vi um punk com seu moicano rebolando ao som que deu origem a tudo – O blues.
O espaço onde ocorreu é um exemplo de que é possível construir um esquema onde bandas possam mostrar seus trabalhos. Existem no Brasil vários espaços, entretanto, quase todos eles são formados por panelinhas e você só poderá desfrutar de apenas um gênero. Então se a maioria dos espaços ditos alternativos no país parece ser monocórdio, na República os Bárbaros os organizadores fazem questão de buscar e explorar a diversidade cultural.
Fiquem atentos e sintam-se convidados a participar deste espaço. A liberdade já começou!!!





4 comentários:

  1. SOUZASUBCUT.....

    SUBCUT agora é 4 membros, não trêz, infelizmente não pude comparacer a esse evento, mas meus parças deram conta do recado........ dia 28 tamo junto novamente com EXTREME NOISE TERROR......

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  2. Verdade Souza, valeu, fiquei sabendo só depois que você está em outra cidade trabalhando. Vou corrigir a informação.

    Vou divulgar o rolê de Catanduva, já estou com o Cartaz.

    até.

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