Neste ensaio iconoclasta de 1968, o pintor Jean Dubuffet, promotor da Arte Bruta, move-se entre a teorização estética e a pura apologia do ato criativo. Contra as sistemáticas rotulagens do aparelho cultural, o autor sustenta a ideia de uma arte que se alimente e renove a partir do caos e da imperfeição.
Excerto
"(...) a cultura, ao contrário do que se crê, é restritiva, molda o campo, gera noite. O que falta à cultura é o gosto da germinação anônima inumerável. A cultura tem a paixão de enumerar e de medir: o inumerável ultrapassa-a, incomoda-a; os seus esforços visam, pelo contrário, restringir em todos os domínios os números, contar pelos dedos da mão. A cultura é essencialmente eliminadora e, por isso mesmo, empobrecedora."
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