quarta-feira, 19 de junho de 2013

Pictures of Sound: One Thousand Years of Educed Audio, 980-1980

Imagens que falam

Por mais modernas que nos pareçam, as tecnologias sempre envelhecem. Sensação quando foi inventada, no fim do século 19, tudo o que resta de uma das primeiras gravações de som feita pelo homem é uma fotografia. O disco guarda a voz abafada de Emile Berliner, o pai do gramofone (ou fonógrafo), recitando a poesia “A Luva“, de Friedrich Schiller.

Mas se tudo o que resta do disco é uma fotografia, como é que sabemos o que há nele?

É que o envelhecimento de uma tecnologia pressupõe o surgimento de uma nova tecnologia, mais moderna. E Patrick Feaster e seus colegas da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, usaram todas as técnicas ao seu alcance para decodificar o som registrado no disco usando apenas sua fotografia.

Digitalização

Feaster digitalizou a imagem e processou o arquivo para “desenrolar” os sulcos do disco. A surpresa foi que a imagem, registrada em uma revista alemã impressa em 1890, tinha resolução suficiente para identificar quase completamente as ondulações dos sulcos, que representam as ondas sonoras registradas no disco. O pesquisador então criou um arquivo linear, que lembra um pouco um clip de áudio moderno, e utilizou um programa especialmente desenvolvido para ler as ranhuras do disco e transformá-las em sons. Embora não tenha conseguido datar precisamente a gravação, Feaster ainda assim acredita que se trata de um dos primeiros experimentos com o gramofone, uma inovação que viria maravilhar toda uma geração.

“Há 25 bibliotecas no mundo que têm esse exemplar [da revista Über Land und Meer], o que o torna extremamente raro. Mas nós fizemos o que nenhuma delas consegue fazer: tocamos o disco novamente,” comemorou ele.

Recentemente, outra equipe reconstruiu as primeiras gravações de som da história, mas a partir de disco reais, guardados no Museu Smithsoniano.


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