quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Coletivo E/Ou - Re(des)cartógrafos

Gazeta do Povo (trecho)

A mostra foi programada para a inauguração do espaço, em março deste ano na zona portuária da capital fluminense. Além da peça curitibana, a exposição contava com obras de artistas contemporâneos importantes, como Antonio Dias, Helio Oiticica, Lygia Clark, Lygia Pape, Bispo do Rosário e Waltercio Caldas.
A experiência bem-sucedida de instalação no museu é a etapa atual do trabalho, iniciado em 2008, no interior da travessia subterrânea do terminal de ônibus do Pinheirinho, na zona sul de Curitiba.
No espaço, que é o maior ponto de fluxo de pessoas da área mais populosa da cidade, o grupo instalou um mapa da região e instigou a intervenção dos usuários que por ali circulavam. A ideia era redesenhar a cartografia da região do entorno a partir das memórias e desejos dos seus habitantes.
“Começamos de modo totalmente intuitivo e pensávamos que os mapas não fossem durar muito tempo”, explica Goto. “No entanto, o trabalho foi respeitado e se transformou em um grande brainstorm coletivo, com uma estética influenciada pelo fluxo que uma artista não conseguiria nunca criar sozinho”, completa Araújo.
O trabalho então evoluiu, explica Cláudia, para a construção de um novo mapa, que “somava os desenhos dos trajetos individuais de usuários do terminal até suas moradias”. “Mapas que partiam da história das pessoas e da experiência delas no lugar em que vivem”, afirma a artista.

Incursões

Desses dados coletados espontaneamente, o grupo iniciou uma série de incursões nas áreas citadas pelos moradores, que resultaram na elaboração de um mapa específico para a comunidade Pequeno Espaço, uma ocupação irregular em área de risco.
Também originaram registros documentais em foto e vídeo da Bacia Hidrográfica do Rio Iguaçu, do aterro sanitário da Caximba e de outros locais importantes da periferia da cidade.

Parte desse material foi exposto, pela primeira vez em um museu, com um sucesso que surpreendeu os próprios artistas. “É um trabalho que dá muito orgulho, mas ao mesmo tempo é um trabalho muito difícil. O artista que trabalha o espaço urbano tem de saber escutar”, diz Lúcio Araújo.
Segundo Goto, o desafio do grupo no momento é tentar organizar o restante do material. “Ainda temos muita documentação que não foi mostrada e precisamos mexer nisso agora antes que fique muito distante na história.”

Mais informações você encontra no seguinte endereço: http://e-ou.org/

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