As óperas
“históricas” de John Adams
John Adams, compositor americano
nascido em 1947, é um renomado músico conhecido por sua obra de estilo
minimalista. Algumas de suas óperas tratam de fatos históricos relativamente
recentes. Por exemplo “Nixon in China”, de 1987, fala da visita do presidente
americano ao gigantesco país asiático, numa época em que a China ainda era um
país tremendamente isolado. Já “Doctor atomic” de 2005 fala dos conflitos de
consciência de J. Robert Oppenheimer, o pai da bomba atômica. Em 1991 John
Adams compôs “A morte de Klinghoffer”, que trata do sequestro, efetuado por palestinos, do navio Achille Lauro, em 1985. O título tem a ver com
o fato de que neste sequestro foi morto um judeu americano, paraplégico, Leon
Klinghoffer. O texto da ópera foi escrito por Alice Goodman, e nele são
analisadas as razões de cada lado do conflito palestino/israelense. Num prólogo
há um coro dos exilados palestinos e um coro dos exilados judeus e conforme a
narrativa do sequestro é narrada, existem belos momentos de reflexão, como a
narrativa da história de Hagar e Ismael, que explica em termos bíblicos, a
origem da disputa dos dois povos. O libreto trata o conflito lidando com os
dois lados, tentando entender as duas partes. É absolutamente isento. Isto foi
o suficiente para acusarem a ópera de antissemita. A lógica é mais ou menos a
seguinte: se você não está do meu lado você é contra mim. A ópera foi estreada
no ano de 1991 no Théatre Royal de la Monnaie em Bruxelas, e teve uma bela
sequência de apresentações no velho continente. Já nos Estados Unidos a
polêmica parece ser interminável para as apresentações da mesma.
A força do lobby
sionista
Depois do enorme sucesso de
“Nixon in China” na temporada 2012 do Metroplolitan Opera (foi incluída na
lista das óperas transmitidas nos cinemas) a direção do teatro resolveu montar
outra obra de Adams, desta vez “A morte de Klinghoffer”, com um elenco
excepcional com direção musical do excelente maestro David Robertson, tendo num
dos principais papéis o barítono brasileiro Paulo Szot. Daí começou a celeuma.
O lobby sionista, muito forte em Nova York, quis que a produção fosse
cancelada. Depois de muita conversa a produção foi mantida, mas a transmissão
nos cinemas foi cancelada. O Met vive de patrocínios e de doações pois os
ingressos (pra lá de caros) custeiam menos de um quarto dos custos do teatro.
Por isso manter a produção foi uma vitória do Metropolitan Opera. Mas que é
algo triste o mundo não poder assistir este espetáculo, que artisticamente
deverá ser tão interessante, isto não posso negar. O que nos resta como consolo
é uma excelente gravação regida por Kent Nagano e um DVD gravado em Londres
regido pelo compositor de uma versão filmada (proibido de ser vendido em
Israel). Se quiserem se inteirar sobre o assunto, e ver os inúmeros grupos que
se opuseram ao Met leiam esta coluna de Alex Ross na revista New Yorker. Fonte: Maestro Osvaldo Colarusso
A
morte de Klingoffer – ópera acompanhada de libreto com dois discos
A
Morte de Klingoffer é uma ópera de atos do compositor John Adams, com um
libreto de Alice Goodman. Teve sua estreia em 19 de março de 1991, no Théatre Royal de la Monnaie em Bruxelas pela orquestra da Ópera de Lyon e coro da Ópera de
Londres, sob a direção de Kent Nagano. A ópera se passa no sequestro do
cruzeiro Achille Lauro pela Frente de Libertação da Palestina em 1985,
consequentemente o assassinato do passageiro judeu-estadunidense Leon
Klingoffer. O conceito da ópera foi criada por Peter Sellars em colaboração com
coreógrafo Mark Morris. A ópera ficou sob o encargo de cinco companhias de
Ópera dos Estados Unidos e Europa.
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Filme
Descrição:
Uma adaptação da ópera de John Adams de mesmo nome.
Título
original: The Death of Klingoffer
Duração:
120 minutos
Lançamento:
24/01/2003
Gênero:
Drama musical
Atores:
Sanford Sylvan,Christopher Maltman,Yvonne Howard,Tom Randle,Kamel Boutros,Houda
Echouafni,Leigh Melrose,Emil Marwa,Susan Bickley,Vivian Tierney,Dean
Robinson,Kirsten Blaise,Nuala Willis,Peter Banks,Neil Bell
Diretora:
Penny Woolcock
Áudio:
Inglês
Legenda: Inglês
País:
Reino Unido
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Sobre Penny
Woolcock:
Diretora
do filme A Morte de Klinghoffer nasceu na Argentina na década de 50 e
naturalizou-se inglesa, local onde trabalha como diretora de filmes, diretora
de ópera e roteirista. Também já trabalhou com grupos de teatros e na
televisão.
Seu
mais recente filme Going to the dogs, deste ano, aborda rinhas de cães na
cidade de Birmingham, um filme que segundo ela foi cansativo e a deixou com
algumas sequelas, dada a brutalidade com os animais brigando entre si, apesar
deles serem amados por seus donos e bem tratados, segundo ela. A diretora também já filmou documentários
sobre gangues de rua, traficantes, sem tetos, etc.
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