terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Movimento Reteté – os punkrentes brasileiros

Tem punkrente aê? Tem punkrente aê? 
Tempos atrás eu fiquei fascinado quando vi um vídeo, dentro de uma igreja, onde vários fanáticos rodavam, sambavam e se jogavam no chão. Pastores pogando em altares e berrando “Jesuísss”, “Fogo na igreja” e “Funk para desmascarar o diabo” e muitos outros dísticos brilhantes deste movimento que os crentelhos mais conservadores têm chamado de hereges, feiticeiros, anarquistas dos ministérios, entre outros termos muito fofos. 
Punkrente fazendo performance inspirada em
Diamanda Galás
Surgido nas periferias brasileiras o movimento punkrente tem crescido cada vez mais, é um tipo de messianismo subterrâneo com interpretações psicodélicas da bíblia com o que há de “melhor” na indústria cultural brasileira, a saber: funk carioca, arrocha, axé, sertanejo universitário, gospel ostentação, putaria brega, tudo isso com fortes pegadas de música africana.
Fato é que o movimento punkrente brasileiro tem incomodado muito o povo de deus e o povo dos sem deus; o primeiro acusa-o de desmiolados vazios, o segundo faz deboche e chama de fanáticos de Jesuís. Mas o movimento punkrente brasileiro tem resistido em puxadinhos em várias biqueiras esquecidas e uma grande parte do movimento já está mais mainstream enchendo seus shows para a punkrentaiada cair no mosh e no pogo.
A estética punkrente basicamente é as mulheres costurarem seus vestidos no espírito “Faça você mesmo” usando panos de mesa ou lençóis e os homens comprarem ternos em velórios ou brechós.
O lado ruim do movimento punkrente é a evolução mental dos mesmos, já que as letras ainda caem na mesmice religiosa: contra o aborto, machistas, sexistas, homofóbicos. Mas torçamos para que surja o movimento pós-punkrente onde as letras fiquem mais edificantes e menos poser.

Neste som punkrente ouvimos uma alerta às traíras do movimento que são chamadas de cobras e o Estado chamado de "Diabo". 
                  

Aqui o início de um típico show punkrente onde o pastor passa o terno na galera ironizando religiões que tratam as pessoas como rebanho. 


E por fim, as duas coisas mais subversivas da cultura brasileira. Funk e os punkrentes arrebetando numa dança frenética que eles chamam de DANÇA DO POGOBOL.


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