Esta semana numa churrasco com os caretas do trampo chegamos ao papo do que cada um escutava, o assunto iniciou quando alguém ligou o rádio. Resumindo a história, o mais radical e barulhento dos sons era metal. Dando uma de professor didático tirei o rádio de sintonia, ergui o som no último volume e deixei aquele ruído complementando: “Eu adoro esta música”. Todos riram e foi quase em coro: “Você está de brincadeira?”.
Não, eu não estava de brincadeira, eu sempre adorei música não intencional. Isto é, algo que não era para ser música, mas acaba tendo o mesmo valor emocional de escutar uma música com intenção de ser uma. Aquele aparelho desintonizado é algo radical, emocionante e há tanto para sentir naquele ruído que a maioria ignora.
Talvez se naquele momento alguma emissora estivesse tocando Metalli(ɔ)a, música agressiva e violenta, as pessoas, os caretas, entenderiam melhor como a atividade sonora é complexa e diversa. t1nn1tuzzzz, nome que lembra alguém falando: “O que vai rolar aí dentro?” e o outro responde: “É música tunt’s tunt’s, dance, eletrônica”... É tudo o que esta proposta não é, vai além.
Projeto extremamente barulhento lançado pelo bando do selo Malware. Magnífico os primeiros minutos de sons explodindo as caixas e logo após você vai percebendo alguma porcaria de metal mainstream. Segundo eles é: “um trabalho realizado na lógica de apropriação e ressignificação artística, estimular o debate sobre as licenças copyleft, liberdade criativa na era da internet e a autoria na contemporaneidade”.
t1nn1tuzzzz é também sobre demolir ícones. Escute abaixo em volume bem alto. É perturbador e maravilhoso. É jogar lenha na fogueira.
Existe ainda um trabalho fílmico sobre o projeto.
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