Esta semana, Dario Fo, aos 90 anos, faleceu. Em finais dos anos 60 foi um dos fundadores da companhia de teatro autogestionada Nuova Scena , que nasceu com o objectivo de fazer um teatro verdadeiramente popular, crítico e social que fosse politicamente eficaz. Nos anos 70 a companhia transformou-se no Colectivo Teatral La Comune, mais uma vez independente e autogestionada, que chegou a ser alvo de um atentado fascista em 1978.
Radical, muitas vezes companheiro das posições libertárias, Dario Fo trouxe para o palco o drama vivido pelo ferroviário anarquista Giuseppe Pinelli – um antigo membro da resistência contra o fascismo e membro da Cruz Negra Anarquista, falsamente acusado pela polícia (conforme se provou depois) de ser o autor de um atentado à bomba numa praça de Milão, que matou 13 pessoas, ferindo outras 88.
Pinelli apareceu morto, atirado pela janela da esquadra da polícia quando estava a ser interrogado. Segundo as autoridades terá morrido de “causas naturais”. Sobre a morte de Pinelli, Dario Fo escreveu a peça “Morte Acidental de um Anarquista”, que foi traduzida e representada um pouco por todo o mundo.
Dario Fo tornou-se conhecido internacionalmente em 1969 quando publicou a peça de teatro “Mistério Bufo”, uma epopeia dos oprimidos inspirada na cultura medieval e cujo herói apela à revolta através do riso.
Entre as muitas peças de carácter social escritas por Dario Fo, salienta-se também“Aqui ninguém paga”, sobre uma família operária, sem recursos para suportar o aumento do custo de vida, e o texto de “Pum Pum Chi é? La polizia! (Pum Pum, quem é? A polícia! ) em que põe em relevo o papel sujo da polícia e as técnicas desprezíveis usadas pelo Ministério do Interior e pelos Serviços Secretos italianos.
Dario Fo recebeu o prémio nobel da Literatura em 1997.
Texto escrito por: Coletivo Libertário Évora.
Texto escrito por: Coletivo Libertário Évora.
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