Coletivo Armstrong Liberado |
A sociedade durante toda sua
vida está condenada a escutar música de consumo popular. A cultura adolescente
é altamente reconhecível em termos mundiais como incompreendida e que sempre
recorre ou se refugia no universo musical. Para explicar melhor esta afirmação
daremos vários saltos no tempo.
Os que conservam um pouco de
melancolia irão se recordar das canções que tiveram influência em nossos pais.
Dando um pulo entre várias épocas em que tínhamos artistas famosos como Mariah
Carey, Celine Dion, Pink Floyd e Queen, somente para dar alguns nomes, pulando
ainda mais no tempo, foi muito popular entre os jovens que hoje têm entre 20 e
30 anos, nos períodos da década de 90 e 00 bandas de jovens como Nsync,
Backstreet Boys, Five entre outros cantores solo como Britney Spears, Christina
Aguilera e as latinas como Fey, Thalía, Shakira etc. Eram eles quem produzia
harmonias com coros e coreografias grudentas. Se lançarmos um olhar atento aos
jovens contemporâneos, entre 10 e 18 anos, existem manifestações de fanatismo e
uma preferência precipitada para os mercados internacionais e multitudinários
como por exemplo Justin Bieber, Ariana Grande, The Weekend, Taylor Swift, Jacke
Buggs, One Direction etc. Também gostaríamos de mencionar algo mais local do
País Argentino como estrelas multifacetadas que saem de corporações Disney como
"Soy luna e Violetta".
Há alguns anos, no tempo de
colégio com uma amiga sempre nos reuníamos para ver quem estava "mais na
onda" do frenesi de escutar e saber todos os hits do momento. Geralmente
as emissoras tocavam muito pop, a música nos compreendia e parecia que eram
produzidas exclusivamente para nós de uma maneira especial. Já adulta
compreendi que existe uma empresa por detrás que faz investigações com a
população com o objetivo de produzir música que agrada um público específico.
Entretanto, centrando-nos na cantoria pop de virtuosos plásticos atuais, é incompreensível,
quer dizer, não tem nada ligado à idade que transcorreu, levando em
consideração ainda que as celebridades de antes disputavam para mostrar talento
que possuíam, agora é muito mais fácil, porque possuem ajuda de controladores
que distorcem a voz, e acreditam serem cantores da noite para o dia.
A diversidade de canções que
recentemente são importadas e exportadas (explícitas ou não explícitas, que
exteriorizam a discriminação ou de apelo sexual) têm mudado com características
grandes e notáveis. No entanto, para quem procura algo diferente, existe uma
nova alternativa para o que escutar, mesmo que ainda pareça um disparate.
Estamos falando do que se considera ruído e se converte em algo musical.
Colheres chocando-se provocam um som e a combinação de utensílios constroem uma
melodia, também disso se trata a música experimental, pesquisar objetos que nos
oferecem os elementos cotidianos para engendrar músicas.
Entre as vantagens de dedicar-se a esta dinâmica
é que não é necessário ter experiência de um conservatório ou aulas com
professores distintos que muitas vezes são muito caras, aqui o objetivo
principal é explorar. Uma anedota curiosa que passei há algumas semanas, e
gostaria de compartilhar, um dia estava no sofá zapeando pela tv e deixei em um
canal que sempre assistia, assistindo um pouco, antes de desligar a televisão,
começou um velho capítulo de Peter Capusotto (figura pública daqui da Argentina
que admiro muito) e como eu sempre o assisti já tinha visto este episódio,
neste capítulo o protagonista principal tirava sarro dos artistas que faziam
melodias com objetos de casa. O que antes me causava diversão, na conjuntura de
assisti-lo novamente perdeu sua graça, também porque está música tornou-se algo
comum em minha vida e de muitos músicos que se consagram nesta ocupação.
Assim pondo-me de maneira reflexiva eu me dei
conta de que os tempos mudam e a evolução da teoria musical teve uma grande
ressonância. Então agora os convido, para aqueles que ainda não conhecem, que
pesquisem sobre esta temática, irão se surpreender como nos últimos anos o
cenário tem crescido e cada vez mais pessoas se contagiam.
Para terminar uma frase de John Cage 1912-1992.
Compositor, instrumentista, filósofo, teórico musical, poeta, artista e pintor
estadunidense.
"Não entendo porque nós se assustamos com
novas ideias. Eu me assusto com as velhas".
Aqui deixo várias opções onde poderão conectar-se
no cenário da música experimental para que se ambientem.
www.jamendo.com
Totalmente Creative Commons (compartilhar de
igual para igual) onde pode utilizar os áudios sem preocupação de infringir
direitos autorais. Só irá precisar de uma conta e poderá desfrutar da
diversidade.
www.soundcloud.com
Aqui existe um banco de sons onde poderá ver
artistas que compartilham seu material, alguns devem pedir permissão para
utilizar. Faça tua conta e desfrute de escutar boa música.
www.spotify.com
Você só irá precisar de uma conta de usuário e
poderá desfrutar de muita música e atualizações que o Spotify oferece.
Texto escrito por Heráclita Efesa, radicada na Argentina, professora, interessada em Software Livre, História da Música Experimental. Escreve suas memórias em "El Devenir Perpetuo y la Lucha de Opuestos por La oscura Heraclita efesa"
Traduzido exclusivamente para o blog.
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